Com o grande estouro de Mulher-Maravilha com Petty Jenkins e Gal Gadot, o OSCAR de melhor filme para Moonlight em 2016 e até o sucesso de Corra! alguns começaram a pensar que a representatividade é algo que está prontamente sendo resolvido em Hollywood e não precisamos mais nos preocupar com este tópico da mesma forma que antes. No entanto, as coisas não são bem assim.
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Representatividade em Hollywood
26 de setembro de 2017, PORPré-conceito com filmes feitos para OSCAR
19 de setembro de 2017, PORQuem determina se um filme é feito para você ou não, é só você. Portanto assista todos os filmes que lhe derem vontade e que tiver a oportunidade.
Com o começo das escolhas para indicação ao OSCAR, nós cinéfilos, ficamos ligadões querendo assistir todos eles, procurando assim as suas respectivas datas de estreia. Inspirada por essa vibe, resolvi falar sobre algo que sempre me incomodou bastante: o pré-conceito popular com os filmes indicados ao OSCAR. Mais especificamente, o pré-conceito com filmes feitos para serem indicados à premiação.
Não podemos negar que os filmes que costumam ter mais indicações e ganhar mais premiações são os “hollywoodianos” dramáticos ou com alguma profundidade maior. Alguns deles são bem monótonos. Porém, a grande maioria dos filmes, premiados e indicados, são filmes inteligentes que sempre trazem algo a mais à nossa vivencia e experiência, seja na sala de cinema ou fora dela. Mas, por algum motivo, isso não é levado em consideração pela grande maioria das pessoas. Quando escutam que um filme foi indicado e principalmente ganhou alguma das indicações do OSCAR, já o intitulam como “filme de OSCAR” e não o assistem acreditando que vai ser monótono ou difícil para o seu entendimento.
Talvez, esse pré-conceito tenha sido criado pela própria forma como a publicidade em Hollywood funciona. Se eles classificam um filme como “para o grande público”, esse filme tem sua distribuição potencializada. Já se é um “filme para o OSCAR”, ou seja, um filme considerado de nicho, ele tem sua distribuição consideravelmente diminuída. Isso o leva ao ponto de ter suas estreias somente em cinemas dentro de cidades polo. Inúmeras vezes, não consegui ver os filmes indicados por conta de morar em uma cidade pequena e suas estreias não chegarem aqui.
A partir de agora, quando me referir ao público popular, falo das pessoas que vão ao cinema esporadicamente como uma forma de lazer e diversão. Por sua vez, escolhem de 1 a 3 filmes para verem durante o mês e depois somente assistem os outros em casa, seja por alguma indicação de amigo ou familiar. E, muitas das vezes, estas pessoas nem sabem o que está passando no cinema e quais são as próximas estreias, elas simplesmente vão e veem o que estiver passando. Como resultado, se um filme não estreia no seu cinema, as pessoas nem sequer tomam conhecimento de sua existência.
Com a publicidade “decidindo” quem quer ver determinado filme, como será possível o grande público saber se gosta ou não daquele filme? Portanto, como consequência acaba criando na mente dos espectadores populares, a ideia de que os únicos filmes que merecem a sua atenção são os blockbusters. Os quais o espectador não precisa pensar muito sobre o que está assistindo, sempre ganhando ação ou formas genéricas.
Sendo assim, é notável o quanto podemos observar que o grande publico está cada vez mais acostumado a ver um filme de 1h40m sem esforço algum. Então, quando lhes é apresentado um filme de 2h de duração ou mais com questionamentos, conflitos, mensagens e diferentes camadas, este mesmo publico tem duas opções: ou ele tenta acompanhar o filme e se vê cansado pelo esforço que a sua mente está fazendo até que se acostume com o ritmo; ou ele simplesmente desiste de acompanhar a real mensagem do roteiro e como consequência acha o filme monótono.
Todo este pré-conceito e distribuição de Hollywood são fatores que me incomodam muito pelo fato de que a grande maioria das pessoas acaba perdendo a oportunidade de ver filmes incríveis e ter uma experiência melhor ainda nas salas de cinema. Isso porque costumam ter a sensação que não conseguem acompanhar o filme ou que aquele filme não foi feito para elas. O que não é verdade. Quem determina se um filme é feito para você ou não, é só você. Não deixem que a sessão “recomendados para você” lhe cegue para as outras possibilidades, os outros gêneros, os outros diretores, seja o que for. Não ache que, só porquê um filme foi indicado ao OSCAR, ele é chato e não merece seu tempo. Na verdade, na maiorias vezes, o longa vai passar uma mensagem ainda mais legal e talvez até ajudar você a lidar com a vida de uma forma ainda melhor.
Toda essa discussão e os fatores relatados podem ser alterados pelas distribuidoras e pela equipe de marketing, para que ambas trabalhem juntas mostrando e dando mais acesso a todos os filmes e não somente aos blockbusters. Mas, enquanto isso não acontece, podemos solucionar com uma simples atitude: EXPLOREM. Vejam filmes diferentes do que estão acostumados. Recomendem filmes. Avisem sobre as estreias aos seus amigos que fazem parte do público popular. Quando, como público, formos capazes de mostrar à Hollywood que queremos ver esses filmes, é bem possível que rapidinho eles dão um jeito de nos agradar, afinal querem o lucro que vamos trazer.
Como você pode perceber, durante o artigo, evitei citar filmes específicos do OSCAR para deixar isso nas mãos de vocês! Digam aí, quais “filmes de OSCAR” vocês amam e acreditam que sejam injustiçados pois todos deveriam ver? E qual vocês abominam com todas as forças por ser superestimado?
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